sábado, 29 de dezembro de 2007

PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES PARA O TREINO DE CRIANÇAS E JOVENS

Segundo Barbanti (2005):

  1. O esporte para crianças e jovens deve ser diferente do esporte para adultos, tanto na sua caracterização e nos seus objetivos como na sua preparação;
  2. No treino de crianças e jovens, é indispensável a variedade de experiências motoras, além de um ambiente adequado de treino, jogos e competições;
  3. A formação esportiva é um processo a longo prazo, organizado com três grandes etapas: preparação básica, especialização e alto rendimento;
  4. As etapas da preparação esportiva são diferentes entre si pelos objetivos, conteúdos e organização;
  5. Não deve haver verdadeira especialização sem que os participantes passem por fases anteriores de formação, as quais promovam o desenvolvimento da "base de movimentos";
  6. Cada idade (ou grupo de idades) exige atenção especial acerca do nível de crescimento e desenvolvimento, o que solicita orientações especiais no treino e nas competições;
  7. A formação esportiva deve reforçar valores éticos da conduta esportiva, privilegiar a aquisição de hábitos saudáveis, as atitudes de autocontrole, de respeito pelas regras e pelo espírito esportivo, de motivação pelo gosto da prática e do esforço.

São algumas considerações que devem ser levadas muito a sério no trabalho com esta população. Pois assim, podemos evitar que alguns talentos se percam durante um período longo de treinamento e, essa pessoa com essa frustação pode desta forma, esquecer os benefícios que a prática esportiva trás para o seu organismo.

Feliz Ano Novo, que 2008 seja muito bom para todos!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

FINALIDADES DE OBTENÇÃO DE DESEMPENHO ESPORTIVO NA INFÂNCIA E JUVENTUDE

Um treinamento com finalidades de obtenção de desempenho esportivo na infância e juventude, segundo WEINECK (1999), depende da análise de uma série de fatores:
  • um treinamento de desmpenho deve ser iniciado com exames ortopédicos gerais, para a detecção de anomalias do aparelho motor, insuficiência cardiovasculares, fatores de risco em um treinamento de tal tipo. Estes exames devem ser periodicamente repetidos, para o reconhecimento precoce e prevenção de possíveis lesões consequentes do treinamento
  • todo treinamento que visa desempenho deve ser uma opção própria e não uma imposição de pais e treinadores;
  • o treinamento deve ser adequado à idade física e à mentalidade da criança;
  • o treinamento não deve comprometer ou prejudicar os estudos;
  • o treinamento deve deixar ainda a possibilidade para que a criança ou o jovem se interesse por outra modalidade esportiva.

As crianças e jovens não são miniaturas de adultos e não devem ser submetidas a um treinamento para adultos, e sua mentalidade difere qualitativa e quantitativamente da do adulto, de modo que a criança não é somente menor que o adulto, mas diferente deste.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

FASES SENSITIVAS

Para quem trabalha com treinamentos de crianças, deve ter bem claro no seu planejamento o uso das fases sensitivas (ou fases sensíveis). Que na infância e adolescência desempenham um papel na resposta ao treinamento. A existência e o significado da resposta são avaliados de diferentes formas e algumas vezes até negados. Sob o termo fases sensitivas, deve-se entender os períodos de desenvolvimento que são favoráveis à manifestação de determinados fatores do desempenho motor-esportivo. Isso num determinado período da vida.
O não aproveitamento da fase sensitiva correta pode ter como conseqüência que o desempenho, que seria alto num determinado momento e sob certos estímulos, mais tarde somente seria atingido através de muito mais esforço e treinamento. Por exemplo, a infância constitui a fase ideal para o desenvolvimento da coordenação. O que é imprescindível para a futura especialização posterior em qualquer modalidade esportiva que a criança venha praticar posteriormente.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

MÃO VITORIOSA (adaptado de Ricardo Bocão)

Essa é uma teoria que vem sendo bastante usada pelos atletas do surf e que vem dando resultados expressivos e resolvi adaptá-la ao motocross. A teoria baseia-se sobre os cinco dedos de uma mão vitoriosa:

● Inteligência de Competição;
● Condição Psicológica;
● Condição Física;
● Moto;
● Performance de Pilotagem.

Tudo isso, se trata de uma busca pela excelência e não uma busca pela perfeição, que não existe. Um dos sinônimos de excelência no dicionário é “superioridade”. Então mesmo que você não seja perfeito num campeonato, mesmo que não se sinta na sua melhor forma geral, sendo apenas “superior” aos outros, você ganhará o campeonato.
A idéia geral dessa teoria tem como o objetivo se manter o mais perto que puder de 50 pontos durante o maior tempo possível, cada “dedo” valendo 10 pontos. Usando uma avaliação universal de 0 a 10, você deve fazer com que cada “dedo” que compõem a mão e a sua capacidade de se superar se aproxime o máximo de 10 e com cada “dedo” sendo trabalhado ao máximo, você se aproxime dos 50 pontos.
Olhe os cinco itens que representam cada “dedo” e tente imaginar como é difícil estar perto da nota 10 em todos os itens ao mesmo tempo. Não adiante obter excelência em dois itens, estar mais ou menos em dois e fraco num quinto item. Você não vai chegar longe.

● Inteligência de Competição: é a arte de entender as baterias, tentar fazer um boa largada, aproveitar as falhas dos adversários, achar o carreiro ideal, somar sempre algum ponto em cada bateria, observar o que os pilotos mais rápidos estão fazendo pra ganhar alguns segundos.

● Condição Psicológica: assuma que sua vida pessoal estará sempre misturada à sua vida competitiva. Às vezes mais, ás vezes menos. E que cabe quase exclusivamente a você priorizar as situações que surgirão nessas duas vidas. Entenda que, se quiser ser um dos melhores do Brasil durante dez anos ou mais, tudo que envolve a sua carreira competitiva (treinamentos físicos e psicológicos, patrocínios e suas responsabilidades, relação com a mídia...) deve ser prioridade naqueles dez anos ou mais. Treine sua mente para desenvolver e evoluir continuamente os outros itens aqui relacionados. Treine a sua mente para entender sempre que o resultado das suas conquistas ou derrotas é relacionado diretamente ao seu esforço, nada mais. Mentes fortes produzem competidores confiantes, determinados e vencedores.

● Condição Física: o mais óbvio de todos os itens e, por isso mesmo, muitas vezes relegado a segundo plano. Mas um corpo forte agüenta melhor o desgaste das viagens, as duas baterias do domingo. Esteja sempre questionando e informando sobre os efeitos dos exercícios, se estão dando resultado ou não, tenha uma participação ativa nesse quesito.

● Moto: o mesmo que um carro de F1. você pode ser um dos melhores. Pilotando um dos piores carros, não vai chegar na frente nunca. Esteja sempre interado das condições da moto, calibragem dos pneus, manoplas, embreagem, etc. Enfim, tente saber ao máximo das condições do seu foguete.
● Performance de Pilotagem: é a mistura e o resultado direto dos quatro itens acima. Alguns poucos nascem fenômenos, talentos naturais. A maioria leva jeito. Só com esforço, dedicação e trabalho dos itens acima os fenômenos alcançam o que estava separado para eles, e os que levam jeito alcançam os fenômenos.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

PENSAR CRIATIVAMENTE

Pensar criativamente não é um privilégio de pessoas geniais. Na verdade, todos são capazes de gerar idéias novas. O que precisamos é gerar condições para que a criatividade se manifeste. Existem algumas características do pensamento criativo:
Fluência
É a capacidade de gerar um grande fluxo de idéias sobre um mesmo tema. A abundância é necessária para se obter qualidade criativa.
Flexibilidade
É a capacidade de alterar o pensamento ou conceber a realidade ao nosso redor de maneira diferente, vencendo o preconceito e vendo sob um novo ângulo.
Originalidade
É a capacidade de produzir idéias raras ou incomuns. É a novidade, a quebra dos padrões habituais de pensar. A originalidade é um dos componentes da criatividade, mas não um sinônimo.
Inconformismo
É a capacidade de não se render à rotina. A inquietação é um elemento básico da criatividade. O indivíduo acomodado e adaptado não gera idéias inovadoras.
Humor
A espontaneidade e a impulsividade das pessoas criativas oferecem-lhes maiores possibilidades de brincar com as idéias. Combinando elementos de maneiras incomuns, inesperadas e engraçadas, conseguimos descobrir semelhanças entre fatos ou idéias que sempre achamos distantes entre si.
Você é criativo? Você cria novas rotinas para seu dia a dia? Você faz sempre programas diferentes nas suas folgas? Você lê sobre diferentes assuntos e se interessa por temas além de sua atividade profissional? Você relaciona-se com pessoas de diferentes segmentos da sociedade? Você tem uma vida ativa fora do trabalho e da família? Você dá sugestões e idéias para resolução de problemas? Você estuda novos meios de fazer as coisas? Como ser mais criativo. Todo processo criativo tem 5 fases, e na medida que investirmos tempo e esforço poderemos ampliar nossa capacidade criativa. Basta compreender como funciona a criatividade humana.
Identificação: nessa fase devemos fazer um diagnóstico de qual é o desafio a ser superado. Se falharmos nesse momento podemos encontrar soluções criativas que não resolvem a questão que precisa ser resolvida. Lembre-se: 50% do problema você resolve fazendo a pergunta certa.
Preparação: essa é a fase que vai determinar a qualidade da solução criativa. Quanto maior a preparação, quanto mais informações, pesquisa, idéias, debates, reflexões, maior o potencial de soluções inovadoras. Não há como gerar criatividade sem ter conteúdo para processar.
Incubação: esse é o processo interior. É quando temos um bom volume de informações colhidas na preparação e já sabemos qual o desafio a ser superado, então nosso cérebro está pronto para processar as informações e gerar novas idéias.
Insight: é a solução criativa em si. O insight é a idéia luminosa, o "eureka". Entretanto é preciso notar que para termos insights precisamos passar por três fases anteriores muito importantes. Como dizia Thomas Edison, criatividade é 1% de inspiração e 99% de transpiração.
Aplicação: esse é o momento do teste da realidade. Ter uma boa idéia não basta, é preciso ser viável. Na aplicação temos que colocar em prática a idéia e ver se funciona de fato. Caso não tenhamos ainda alcançado a melhor solução podemos repetir o processo para todo o problema ou para a parte que resta resolver.
Dicas: existem algumas perguntas que podemos fazer, frente a algum desafio, que podem auxiliar a nossa resposta criativa. Essas perguntas têm por finalidade aumentar nossa flexibilidade e nos permitir ver a realidade sob diversos ângulos: e se eu fizer o oposto disso? E se eu deixar de fazer? E se eu fizer mais? Ou menos? Ou com mais frequência? E se continuar fazendo? E se eu substituir por outra coisa? E se eu fizer juntamente com outra coisa? E se eu fizer isso com outra finalidade?
Você pode acrescentar outras perguntas ou adaptá-las conforme a natureza do problema. O importante é ter a consciência de que a investigação criativa depende de virar a questão ao avesso e vencer preconceitos ou hábitos para enxergar o problema com novos olhos e, então, criar soluções inovadoras.

domingo, 28 de outubro de 2007

INCLUSÃO

Essa palavra que está sendo tão discutida hoje em dia, principalmente na educação, está presente em todos os momentos no nosso cotidiano. Mas na educação significa: respeito para com as diferenças individuais (não há dois alunos iguais), convivência na diversidade humana, iguais direitos humanos, igual dignidade, iguais oportunidades, empoderamento, independência e autonomia, qualidade de vida, sistemas adequados a todas as pessoas (mediante acessibilização total), benefícios do estudo em grupos heterogêneos.
Sendo assim, nós como professores temos que mostrar a enorme gama de modalidades esportivas que existem e devem ser trabalhadas no cotidiano escolar, que não aparecem nos veículos de comunicação como: Punhobol, Bad Minton, Fut-Vôlei, Caminhada Orientada, Mountain Bike, etc.
Sabemos que os esportes que aparecem na TV são os mais conhecidos pelos nossos educandos e a maioria não mais se sente atraídas por eles. Desta forma temos o dever de mostrar que existem outras práticas esportivas e os alunos quando entram em contato com essas modalidades vêem que tem uma certa facilidade na sua prática e descobrem uma atividade física que os pode acompanhar pelo resto da sua vida. Por que esta é uma das nossas funções como professores de Educação Física, mostrar os benefícios da atividade física de uma forma prazerosa e sem o implemento da competição e fazer delas um hábito.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O QUE É CORPORALIDADE?

Segundo Alves de Oliveira e Taborda de Oliveira, corporalidade é entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas, que pretendem possibilitar a comunicação e interação de diferentes indivíduos com eles mesmos, com os outros, com o seu meio social e natural.
Desta forma, ela vem crescendo como uma alternativa de reorientação das práticas escolares dentro da Educação Física. E por que não da Educação Especial. Devido, que ela nada mais é do que, nossa dimensão corporal é o resultado de experiências objetivas fruto de nossa interação social nos diferentes contextos em que se efetiva, isto é, na família, na escola, no trabalho, no lazer, etc., e sofre portanto os constrangimentos oriundos dessas relações seja do ponto de vista econômico, cultural, político ou social. Assim, se explorarmos essa corporalidade em nossos educandos e não querendo que eles realizem movimentos estereotipados sem que tenham uma razão, para isso poderemos criar uma outra via na educação, seja pelos movimentos já conhecidos ou outros que tenham significado claros para os educandos.

domingo, 30 de setembro de 2007

"DEU NA TIMES"

Professores de Educação Física norte-americanos de duas mil escolas em pelo menos 35 Estados americanos começaram a incluir nos centros de fitness jogos com sensores de movimento e tapetes sensíveis ao toque, permitindo que crianças controlem a ação na tela não só com os polegares, mas também com o corpo todo. Isso fez, com que os alunos que não gostavam de beisebol e futebol por exemplo, voltassem a suar com os viodegames interativos nas aulas de Educação Física.
É uma pena que nós brasileiros não temos essa oportunidade de incluir essa tecnologia no nosso dia-a-dia. Já pensaram que satisfação seria para aqueles alunos que não gostam dos esportes tradicionais, terem a opção de praticarem uma atividade com uma parede esportiva, que tem cinco símbolos marcados nela, qual símbolo piscar o aluno tem que bater nele o mais rápido possível e antes dos seus colegas para fazer mais pontos. Ou então, um tapete que tem desenhado flechas, e os alunos tem que acompanhar numa tela qual o movimento devem fazer com os pés, pisando nelas pra vencer o jogo. Toda aula de Educação Física seria esperada com uma ansiedade tremenda por todos, até pelos funcionários da escola que poderiam assistir a um verdadeiro espetáculo da geração dos computadores. Mas enquanto esse dia não chega, nós profissionais de Educação Física do Terceiro Mundo, temos que nos desdobrar para atrair a atenção do maior número possível de alunos e conscientiza-los da importância e dos benefícios que a Atividade Física traz para nós seres humanos. Um dia chegaremos lá.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

AMBIENTES DE ENSINO

O comportamento motor, tem total influência dos ambientes onde estão sendo trabalhados. Onde, uma criança que passa a maior parte do seu dia com privações de movimentos, devido estar, em ambiente fechado, não terá um desenvolvimento motor igual ao de uma criança, que tem totais condições de movimentos, em um ambiente que lhe propicie segurança e satisfação, e, materiais que enriqueçam a gama de movimentos.
Devido a nossa sociedade moderna, isso é muito comum nos dias de hoje. Cada vez mais, temos habitações que não propiciam amplos espaços para nossas crianças brincarem e se movimentarem em casa, e, nossas ruas não são mais seguras como num passado não muito distante. Sendo assim, a escola deve ter uma grande preocupação para com os espaços, onde serão realizadas as práticas das atividades físicas e as aulas de Educação Física. Pois, segundo Valentini, (2002) ambientes de ensino que enfatizam o interesse dos alunos e promovem aprendizagem significativa e contextualizada fortalecem o sucesso escolar e a motivação dos estudantes. Desta forma, se as aulas forem realizadas em ambientes que oportunizem uma grande satisfação por parte dos alunos, teremos uma grande chance de colaborar com o comportamento motor dos educandos e estimular a máxima interação desses com o ambiente escolar, nesta fase de descobertas. E a Educação Física trabalha em espaços heterogêneos.

Outra consideração que devemos fazer, é que nesse estágio da vida e da aprendizagem dos educandos, ambientes de ensino que são centrados na figura do professor são percebidos pelos estudantes como controladores, o que conseqüentemente tem um efeito negativo na motivação participação das aulas (Valentini, 2002). Não estou dizendo que, o professor tem que deixar os estudantes tomarem conta da aula. Mas, oportunizar a eles, exporem as suas vivências, os movimentos que sabem fazer, enfim, brincarem das mais diversas maneiras possíveis e explorem com segurança o ambiente de ensino das aulas, e tenham criatividade motora. Ficando desta forma, com um vocabulário motor rico.
A teoria ecológica de Bronfenbrenner citado por Gallahue, Oznum (2003), é baseada na premissa de que não é o ambiente comportamental, em si, que prediz o comportamento, mas a interpretação do indivíduo sobre o ambiente, tanto no tempo quanto no espaço. Isto é, o significado ligado ao ambiente e não o ambiente em si é que orienta o comportamento. Bronfenbrenner argumenta que é um contra-senso tentar compreender o comportamento simplesmente a partir da realidade objetiva do ambiente, sem também entender o que o ambiente significa para a criança. Desta forma, nós professores temos que estar atentos a, todos os sinais possíveis que as crianças possam demonstrar durante as práticas das aulas, para que assim tenhamos uma maior possibilidade de acerto no desenvolvimento desses educandos, escolhendo um ambiente de ensino que melhor oportunize essa evolução.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

O MOVIMENTO E NOSSA EVOLUÇÃO

Tudo que nós conquistamos está intimamente relacionado com o nosso movimento. O movimento é uma propriedade inerente aos orgnismos vivos. O movimento foi essencial para a evolução, desde as primeiras formas de vida até o surgimento do homem com todas as faculdades que o distinguem das demais espécies.
Tudo que realizamos desde o momento em que levantamos da cama até anoitecer é movimento. Alguns desses movimentos já estão automatizados, quer dizer, são realizados de um maneira que nem percebemos. Outros movimentos nós temos que ter uma certa atenção para realizá-los, como movimentos de uma dança que acabamos de aprender.
Pesquisas vem mostrando que quanto mais movimentos novos aprendemos, eles ativam áreas cerebrais que são essenciais para a nossa evolução e manutenção da cognição. Por isso quanto mais movimentos novos e diferentes fizermos, seja com extremidades corporais ou o corpo todo estamos trabalhando o nosso cérebro e assim mantendo uma saúde cerebral para podermos envelhecermos sem uma queda de produção cognitiva. Viva os novos movimentos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

MITOS SOBRE O CÉREBRO

Em pesquisa recente, pesquisadores jogaram por terra algumas crenças que dominaram a educação por décadas, vejamos algumas:
  1. Aluno visual, auditivo ou sinestésico: um mito corrente é que existem alunos que aprendem mais por algum sentido (visão, audição ou tato), em detrimento de outros. Na verdade, usamos todos os sentidos durante a aprendizagem, e o mais efetivo depende fundamentalmente do que é ensinado.
  2. Usamos só 10% do nosso cérebro: como tudo é ligado no cérebro e nunca fazemos uma atividade isolada, sempre usamos perto de 100% dele.
  3. Lado direito e lado esquerdo: o lado direito do cérebro coordena a linguagem; já o esquerdo coordena a percepção de emoções. Mas todas passam pelos dois hemisférios, que trabalham em conjunto. Não há base científica para desenvolver um lado específico nem indícios de que tal prática seja benéfica.
  4. É preciso aprender línguas bem cedo: já ouviu aquela história de que algumas coisas só se aprendem até os 12 anos? Na verdade, o cérebro está sempre se modificando. É verdade que a infância é favorável para aprendizagem da gramática de uma nova língua, mas os adultos armazenam um vocabulário mais rico.
  5. Crianças não aprendem duas línguas ao mesmo tempo: há espaço no cérebro para o aprendizado de dois idiomas simultaneamente, e isso só faz bem. Na Alemanha, um estudo com crianças turcas aprendendo o alemão mostrou que elas melhoravam na escrita das duas línguas.

Temos muito ainda o que aprender sobre o nosso cérebro, principalmente nós educadores, por isso precisamos estar atentos em tudo o que vem acontecendo nas comunidades científicas, principalmente nessa área de neuropedagogia. Assim poderemos oportunizar aos alunos as melhores formas de aprendizagem.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

PERDA HÍDRICA NO MOTOCROSS

Em poucos dias já estaremos na primavera e com ela vem o aumento da temperatura. Com isso, devemos nos preocupar com o nosso estado de hidratação nas práticas esportivas, principalmente no motocross.
Sabendo que, no decorrer dos anos que passaram alguns jogadores de futebol americano morreram vítimas do estresse térmico (calor) excessivo durante um treinamento ou competição. Tendo a desidratação um papel importante nestes episódios, devido às reações químicas do metabolismo energético produzem ganhos de calor que podem alcançar níveis consideráveis durante a atividade muscular. E como no futebol americano o motocross também utiliza equipamentos que dificultam o resfriamento corporal.
Sendo o motocross um esporte que é realizado nos horários mais quentes do dia, isso associado com o processo de condução do motor da moto para o piloto, afetam consideravelmente o estado de manutenção da condição física durante a bateria, ocasionando uma perda de performance pela transpiração excessiva que acarreta uma perda de líquido mais séria e um volume plasmático reduzido. Isso causa insuficiência circulatória nos casos mais extremos e a temperatura central sobe até alcançar níveis letais.
No dia 19 de agosto estive na 7a Etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross em Canelinha, Estado de Santa Catarina. E pude fazer uma avaliação da perda hídrica no piloto com quem trabalho. A temperatura na hora da largada era 21o C, bateria que teve inicio as 12h40’. O piloto antes da bateria tinha uma massa corporal de 65,9 Kg e a freqüência cardíaca era de 79 batimentos por minuto (bpm). Ao término da bateria 35’30” depois o piloto apresentou uma massa corporal de 64,3 Kg (uma perda de 1,6 Kg de líquido) e uma freqüência cardíaca média de 123 bpm. Isso demonstra que o piloto está em uma boa condição física, caso contrário o desgaste provocado pela perda hídrica poderia ter prejudicado a pilotagem durante a bateria.
Então, antes de começar uma atividade física nessa primavera, tenha uma preocupação especial com a sua hidratação, hidrate-se durante o dia todo, principalmente no início do dia em jejum, assim a água ultrapassa as barreiras celulares mais rapidamente. Não pense que tomar muita água no fim do dia tem o mesmo efeito e se a urina ficar amarelada você já está desidratado! Assim, a boa hidratação fará você (piloto ou não) ter um bom desempenho na sua atividade física sem grandes preocupações. Boa atividade física!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

ATIVIDADE FÍSICA EM AMBIENTES FRIOS

Em ambientes menos amenos, exercitar-se parece mais difícil, o nosso organismo necessita de vários ajustes para desempenhar tarefas que num ambiente mais quente.
Se usarmos roupas apropriadas à temperatura, a força muscular, a resistência muscular e o desempenho nos exercícios não são afetados. Mas, se a vestimenta não for suficiente, são afetadas tanto a capacidade de desenvolver força muscular quanto a capacidade de realizar movimentos coordenados. Todos que praticam exercícios nas épocas mais frias do ano, já experimentaram os calafrios, esses calafrios geram uma quantidade significativa de calor metabólico e nada mais são que contrações musculares sincrônicas não-controladas, podendo elevar a produção de calor em 4 a 5 vezes em relação aos níveis de repouso.
As roupas utilizadas durante a atividade devem proporcionar isolamento em relação ao frio, a malha das fibras do tecido aprisiona uma camada de ar que, a seguir, torna-se aquecido. Isso estabelece uma barreira para a perda de calor, pois tanto o tecido quanto o ar conduzem precariamente o calor. O isolamento torna-se mais efetivo com uma zona mais espessa de ar aprisionado acima da pele. Por essa razão, várias camadas de uma roupa leve, (com numerosas camadas de ar aprisionado) proporcionam um melhor isolamento que uma única camada volumosa. Pois durante a atividade física, os movimentos corporais rigorosos aumentam a ventilação das camadas de ar para conservar o calor corporal. A camada de roupa contra a pele deve também conduzir efetivamente a umidade para longe da superfície corporal até a próxima camada de roupa isolante para subseqüente evaporação. Um gorro de lã contribui consideravelmente para a conservação do calor, pois cerca de 30 a 40% do calor se dissipam através da região da cabeça altamente vascularizada.
Outro incomodo nas atividades físicas em ambientes frios é ha, irritação na garganta. Isso ocorre por que o ar inalado tem que ser condicionado nas vias respiratórias superiores (passagens oral ∕ nasal, traquéia, brônquio), aí são acrescentados rapidamente tanto calor quanto umidade ao ar que está sendo inalado. O calor e a umidade provêm dos revestimentos mucosos da traquéia. Com essa perda o tecido mucoso torna-se mais ressecado e, por tanto, irritado. Mas isso não será empecilho para você deixar de se exercitar nesses meses de temperaturas mais baixas, pois afinal a sua saúde vale muito mais do que qualquer desconforto passageiro, boa atividade física.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

20 ANOS DE MOUNTAIN BIKE NO BRASIL

Faz 20 anos que esse esporte maravilhoso chegou em nosso território. Na década de 1970 que surgiu o termo mountain bike (MTB), hoje sinônimo de um tipo de bicicleta em quase todo mundo. Os Cupertinos Riders, também conhecidos como Morrow Dirt Club, de Cupertino, Califórnia, colocaram em suas bicicletas alavancas de câmbio no guidão e freios a tambor acionados por manetas de moto para auxiliar a transpor as montanhas de sua região. Em 1974, eles apareceram para uma competição em Marin, a 120 Km de onde moravam, com os primeiros “protótipos” da mountain bike (foram pedalando!).
O MTB ou ciclismo fora de estrada, tem 9 divisões:
Ǿ Cross-Country ou XC
Ǿ Downhill
Ǿ Dual Slalom/4X
Ǿ Biketrial
Ǿ Uphill
Ǿ Trip Trial ou Maratona
Ǿ Cicloturismo
Ǿ Freeride
Ǿ Urban Assault
Por ser um esporte bem próximo do motocross, venho utilizando há algum tempo o Freeride na preparação física de pilotos de motocross. O Freeride é uma tentativa de unir todas as divisões do MTB. Praticado com bicicletas full suspension, mistura à adrenalina da velocidade de um downhill, o esforço físico do cross-country, a exploração do cicloturismo e a habilidade do biketrial. Assim os pilotos pedalam com maior prazer, fazendo um treino bem específico pra sua modalidade e livrando-se da pressão e tensão a que são submetidos durante as baterias, onde tem a oportunidade de apreciar os locais que a natureza nos oferece e pedalar com radicalidade, que eles tanto adoram. Fazendo um treino assim os pilotos nem sentem tamanha carga que lhes é imposta e que seria muito difícil de conseguir numa academia. Então pegue a sua bike e comece a sentir as emoções do MTB agora mesmo, você vai se tornar mais um apaixonado por esse esporte, piloto de motocross ou não, a sensação é indescritível.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Lançamento...

Neste sábado que passou (04 de agosto) o meu mentor Professor Dr. Carlos Mosquera lançou o seu segundo livro intitulado "Cultura Corporal". É uma compilação de seus artigos publicados na sua coluna semanal do Jornal do Estado de Curitiba, relativo a Atividade Física, com artigos que relatam os prazeres da Atividade Física sem um teor muito científico. Para os interessados em uma leitura sobre Atividade Física sem termos complicados e divertida é uma ótima pedida. Parabéns pela publicação Professor, você merece.

ABORDAGEM COGNITIVA (PARTE II)

Nesta semana relatarei os estudos de Torrance, que tem se dedicado ao estudo da criatividade como capacidade intelectual. Torrance (1965) define a criatividade como o processo de se tornar sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências, testar e retestar as hipótese, possivelmente modificando-as, e finalmente comunicando os resultados.
A contribuição de Torrance pode ser considerada uma extensão da contribuição de Guilford, uma vez que ele enfatiza os mesmos traços que Guilford em relação à criatividade, fluência, flexibilidade, originalidade e elaboração. Mas, embora aceite os mesmos traços propostos por Guilford , ele se concentra no estudo da criatividade infantil, na avaliação e desenvolvimento das capacidades de pensamento criativo das crianças.
E isso é, muito importante para nós professores de Educação Física, que nos preocupamos com a criatividade motora dos nossos educandos. Pois uma criança que tenha essa capacidade bem desenvolvida na infância, pode vir a ser um talento no desporto, ou um cidadão com grande desenvoltura nas práticas esportivas de lazer.
Esse pensamento criativo infantil, pode ser observado em várias crianças durante brincadeiras que elas necessitam fazer movimentos sem um modelo estereotipado. Elas começam a criar através dos movimentos naturais, correr, saltar e lançar, nós só precisamos orientar essas crianças e implementar alguns desses movimentos, que ficarão armazenados no seu córtex motor e futuramente estarão prontos para serem resgatados para outras atividades, como por exemplo, um drible desconcertante no futebol, um movimento inusitado na frente do marcador no basquete, um golpe bem aplicado no judô, uma manobra radical num salto de motocross, etc. Enfim, crianças que tem uma grande gama de movimentos na infância tem uma ampla vantagem na criatividade motora sobre crianças menos ativas, e isso explica alguns fenômenos das modalidades esportivas.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

ABORDAGEM COGNITIVA (PARTE I)

A abordagem cognitiva enfatiza os traços e os estilos cognitivos presentes no indivíduo criativo. Aqui, o que é considerado básico ou essencial para a criatividade são as características cognitivas do indivíduo. Guilford (1967), Torrance (1965), Wallach e Kogan (1965) são alguns dos representantes deste enfoque.
Começarei nesta semana destacando o trabalho de Guilford que pesquisou a respeito das capacidades intelectuais e outros traços que fazem com que certos indivíduos sejam mais criativos do que outros. Ele desenvolveu uma teoria da inteligência, onde distingue diferentes tipos de operações intelectuais. Uma dessas operações, a que ele chamou de produção divergente ou pensamento divergente, seria fundamental para a criatividade (e nós professores somos capacitados para trabalhar com o pensamento convergente, ou seja, aquele que se volta para uma única resposta). Ele se refere às capacidades de gerar variedades de informações a partir de uma dada informação e engloba diferentes fatores como fluência, flexibilidade e elaboração.
Por fluência se entende a facilidade com que o indivíduo utiliza itens de informação a partir de informações pessoais registradas com relação a um problema, estímulo ou demanda. Os três tipos principais de fluência são: ideacional (quantidade de idéias), associativa (produção de variedades de relações) e expressiva (facilidade na construção de sentenças).
Por flexibilidade se entende a falta de fixidez (ou rigidez), e é à base da originalidade, ingenuidade e invenção. Também importante com relação ao indivíduo criativo é a presença de originalidade, a qual é estudada através da produção de respostas inteligentes, incomuns e inusitadas.
A elaboração consiste na facilidade em acrescentar uma variedade de detalhes a uma informação já produzida, tendo o seu papel nas produções criativas que progridem de um tema ou esboço vago até uma estrutura ou sistema organizado.
Todos nós, já nos deparamos com algum indivíduo assim em nossas vidas, pode ser no trabalho, em uma roda de conversa em algum local de descontração, no ônibus, na escola, etc. Essas pessoas têm que ter essa qualidade potencializada ao máximo, através de estímulos das mais variadas formas. Mas os locais de excelência que deveriam fazer estas estimulações (escolas e universidades) não trabalham conforme esta abordagem. Infelizmente.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

TEORIA DO AMBIENTE COMPORTAMENTAL

Urie Bronfenbrenner trabalhou de 1970 a 1990 na teoria do ambiente comportamental. Dando ênfase a fatores do meio ambiente como fatores-chave para o desenvolvimento da criança.
A teoria ecológica de Bronfenbrenner é baseada na premissa de que não é o ambiente comportamental, em si, que prediz o comportamento, mas a interpretação do indivíduo sobre o ambiente, tanto no tempo quanto no espaço. Isto é, o significado ligado ao ambiente e não o ambiente em si é que orienta o comportamento.
Ele dá considerável importância às percepções das atividades, pápeis e relações interpessoais que um indivíduo tem e que são tipicamente demonstradas em um ambiente comportamental. “Atividades” são o que as pessoas estão fazendo. “Papéis” são os comportamentos esperados naquele ambiente para determinada posição na sociedade - pai/mãe, professor, adolescente, treinador, aluno e assim por diante. As “relações interpessoais” são as maneiras pelas quais as pessoas tratam umas às outras, pelo que elas dizem e o que fazem naquele ambiente.
Sendo assim, a cada mudança de ambiente que ocorre em nossas vidas, (principalmente na das crianças quando se deparam com os primeiros anos escolares), é natural que nos fechemos e nos sintamos um pouco inseguros e agressivos, pois estamos entrando em um ambiente desconhecido, mas com o passar do tempo vamos tomando consciência do nosso papel. Entretanto, temos que procurar entender o que o ambiente escolar significa para as crianças, para que possamos dá melhor maneira possível desenvolver as suas totais potencialidades motoras, cognitivas e sociais dentro do ambiente escolar.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ATIVIDADE FÍSICA DESENVOLVIMENTISTA


Esteve no Brasil neste fim de semana 14 e 15 de julho, o renomado pesquisador nas áreas de desenvolvimento motor, aprendizado de habilidades motoras, atividade física e desempenho motor em crianças, David L. Gallahue.
O autor é defensor da abordagem desenvolvimentista à Educação Física que tem como objetivo instruir os indivíduos no uso de seus corpos, de modo que possam executar grande variedade de movimentos fundamentais, eficiente e efetivamente, durante a vida e aplicar essas habilidades básicas a muitas habilidades motoras especializadas às necessidades da vida diária, recreativas ou desportivas e competitivas.
Temos a consciência que existe uma seqüência normal nos processos de crescimento, desenvolvimento e de aprendizagem, isto significa que as crianças necessitam ser orientadas considerando-se estes processos, pois só assim as suas reais necessidades e expectativas serão alcançadas. Desta forma, nós professores de Educação Física temos uma grande parcela de responsabilidade na formação das futuras gerações de atletas, professores e cidadãos de nosso país. Pois, se o nosso trabalho for pautado em uma boa fundamentação teórica teremos muito mais confiança na nossa função como educadores.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O ENIGMA DA SUPERDOTAÇÃO

Muitas perguntas ficam sem respostas quando o assunto é Altas Habilidades/Superdotação. Principalmente para nós, professores que trabalhamos no cotidiano com diversas crianças e adolescentes. Já que pesquisas apontam, que para a identificação de superdotados, a opinião do professor da classe é muito importante.
Desta forma, quem são considerados os portadores de Altas Habilidades/Superdotação?
Alguns relatam que são indivíduos dotados de habilidades relevantes em níveis significativamente acima daqueles das pessoas em geral. Outros (como eu) relatam que o termo superdotação não é uma tarefa fácil de definir. A verdade é que não existe uma definição precisa e aceita universalmente. A definição de superdotados aceita pelo MEC (1995) é a de que são considerados superdotados todos aqueles que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer um dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes visuais, dramáticas e musicais e capacidade psicomotora.
Tendo essa definição como base, observamos que as Altas Habilidades/Superdotação se revela por um conjunto de traços e características, e não apenas pela velocidade do desenvolvimento ou por demonstrações de inteligência.
E o local de maior riqueza para a observação desses conjuntos e traços é a escola. Pois é nela, que o superdotado pode apresentar o melhor ajuste ou o pior desajuste na vida. Sua capacidade superior pode tanto ajudar nos estudos e contribuir para um desempenho excepcional, como o pode levar ao tédio, aborrecimento ou rebeldia capazes de provocar um desempenho insatisfatório.
Pesquisa realizada por Guenther (2003) aponta que 3% a 5% da população seja constituída de superdotados, assim o Brasil teria aproximadamente 6 milhões de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação. E quantos profissionais da educação têm formação para atender essa clientela? Essa pergunta fica sem resposta por enquanto, pois a nossa política de educação agora vem despertando para atender essa população tão importante para o desenvolvimento da nossa nação. Identificar, desde cedo, e compreender o aluno com talentos especiais na escola, representa prevenir problemas futuros de aprendizagem e de ajustamento.

terça-feira, 3 de julho de 2007

MOTOCICLISMO FORA DA ESTRADA

O motociclismo fora da estrada surgiu em meados dos anos 1920, na Inglaterra. O que é hoje conhecido como motocross, era então conhecido como “SCRAMBLING”. A primeira prova ocorreu em 1926 em Lamberley, Surrey no Reino Unido.
No Brasil o motocross passou por fases gloriosas, com grandes eventos e patrocinadores. Em meados de 1985, um patrocinador trouxe dois pilotos norte americanos, Rodney Smith e Kenny Keylon, que com suas pilotagens radicais mudaram completamente a prática do esporte, já que os brasileiros tinham um estilo europeu na tocada da moto.
Hoje a prática desse esporte tem suas subdivisões sendo, motocross, supercross e enduro. O motocross é disputado em circuito fechado com pista de terra ou areia. A pista deverá ter um percurso entre 1,4 quilômetro e 3 quilômetros de comprimento e uma largura entre 6 metros e 10 metros. A pista é composta por obstáculos, rampas, aclives, declives, buracos, costelas (sucessão de rampas de menor tamanho). O Motocross é disputado na forma de bateria, onde uma bateria no Campeonato Brasileiro tem a duração de 30 minutos mais duas voltas na pista. As categorias são compostas pela cilindrada da moto, 450 cc (MX1), 250 cc (MX2), 85 cc e 65 cc.
O supercross, também é disputado em circuito fechado com pista de terra ou areia. A pista também é composta por obstáculos iguais ao motocross, a diferença é no tamanho do percurso, no supercross a pista é menor, não havendo retas longas sem obstáculos, e os obstáculos são mais próximos uns dos outros. As categorias também são compostas pela cilindrada da moto 450 cc (SX1), 250 (SX2), 85 cc e 65 cc. O supercross também é disputa em forma de baterias, onde uma bateria do Campeonato Brasileiro tem a duração de 15 minutos mais uma volta na pista.
O enduro, é disputado em circuito aberto, geralmente começa no centro de uma cidade e se dirige para o interior por trilhas abertas nas matas e estradas de chão. O enduro tem como principal característica à regularidade, ao contrário das outras duas modalidades onde ganha quem andar mais rápido, aqui o piloto tem que fazer tudo conforme a planilha da prova orienta, tendo que acelerar na hora certa e reduzir no tempo certo para passar nos Pontos de Controle (PC) no tempo ideal. Aqui os obstáculos são naturais, riachos, aclives, declives, árvores, etc. Algumas provas de enduro podem durar em algumas horas e outras podem durar dias, dependendo do seu percurso. Exemplos de enduros temos: Paris Dakar, Rally dos Sertões, enduro da Independência.
Essas modalidades esportivas vêm numa crescente em nosso país, quando a uma disputa nacional ou estadual, temos uma grande procura por seus praticantes, que se deslocam centenas de quilômetros para poderem competir no esporte que lhes atrai. Proporcionando verdadeiras batalhas dentro do percurso. Mas são batalhas saudáveis, que fazem com que o seu praticante obtenha todos os benefícios da atividade física no seu organismo. Por serem esportes a motor e radicais, desencadeiam outras sensações indescritíveis no organismo, e isso só praticando para conseguir entender tal efeito. Hoje um grande público prestigia as provas ao vivo e quando não tem essa oportunidade pode assistir pela televisão em canais fechados (infelizmente).
O Brasil hoje conta um piloto no maior campeonato de motocross do mundo, o motocross norte-americano, nosso representante é Antônio Jorge Balbi Jr, campeão brasileiro em várias categorias, Balbi vem se destacando no motocross mundial há dois anos. Outros pilotos que tem respaldo nacional e grande carisma com o público que acompanham esses esportes são, João Paulino da Silva Jr. (Marronzinho) atual Bicampeão Brasileiro da categoria MX1, o paranaense Leandro Nunes Silva (Nando), Campeão Brasileiro da Categoria MX2, Cristopher Castro (Pipo) Bicampeão Brasileiro de Arena Cross (similiar ao Supercross) e o paranaense Jonathan Menegasso grande revelação do motocross MX2 e supercross SX2, nos estados do Paraná e Santa Catarina e a mais nova sensação brasileira Wellington Garcia, atual líder do campeonato nacional nas categorias MX1 e MX2. Wellington corre com uma moto 250cc nas duas categorias. Então, quando tiver oportunidade de assistir uma dessas modalidades ao vivo ou pela televisão, não perca, pois certamente verá um show que estas feras proporcionam e se puder praticar algum dia experimente que não se arrependerá. Eu garanto. Boa corrida.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

MEDICAMENTOS OU NEUROTRANSMISSORES ?

Vivemos num mundo globalizado, numa sociedade frenética, onde todos nós não temos tempo pra quase nada. Temos que nos desdobrar em nossos afazeres, para podermos acompanhar o ritmo da história. Nossas crianças não são diferentes, tendo que, ir a escola, aulas de inglês, computação, balé, jazz, entre outras... . Mesmo às vezes, contra a sua vontade, por que nós queremos sempre o melhor pra formação dos nossos filhos e queremo-los mais preparados para enfrentar o vestibular e o mercado de trabalho, que anda muito competitivo.
Mas, nesse ritmo, muitas vezes não acompanhamos ou não entendemos as dificuldades e angustias dos nossos filhos. Assim, passa-nos despercebido, que nossas crianças precisam de ajuda e atenção nessa fase da vida, precisam ser ouvidas e entendidas.
Junto com tudo isto, temos hoje, mais informação sobre um distúrbio denominado Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H), que é definido pela Associação Brasileira de Déficit de Atenção (http://www.tdah.org.br/), como um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e geralmente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude, impulsividade e dificuldade de persistir nas mesmas tarefas até o fim. Estudos mostram que, cerca de 5% da população infantil tem incidência de TDA/H. A região afetada é a parte frontal do cérebro, que sofre desequilíbrios de neurotransmissores.
Essas crianças, com intuito de se protegerem, acabam por projetarem intenções negativas contra outras crianças. Ao contrário do que se pensava, os sintomas do TDA/H podem persistir na vida adulta em mais de 60% dos casos. E esse distúrbio normalmente desencadeasse antes dos sete anos (início da idade escolar). Por isso, à escola é o local onde geralmente começa-se a perceber alguns dos sintomas, desatenção, inquietude e impulsividade. Os meninos são os mais visados, devido apresentarem maior inquietude e impulsividade, como não conseguir ficar sentado durante a aula, mover alguma parte do corpo (mãos ou pernas) constantemente ou falar demasiadamente. No caso das meninas é mais difícil a observação, pois elas nessa fase são mais desatentas, mais tranqüilas, então não chamam tanto a atenção.
Quando uma criança é diagnosticada como TDA/H por um especialista, o tratamento proposto é quase sempre medicamentoso. E a terapia nem sempre é baseada em um único remédio. As crianças tomam dois, quatro, seis medicamentos ao mesmo tempo. Esses medicamentos são para estimular a região frontal do cérebro, que é responsável pela concentração, diminuição da inquietude e impulsividade. Mas, será que, submeter crianças ao uso de medicamentos contínuos para elas terem poder de concentração, menor inquietude é a maneira mais sensata de tratar com este problema?
Estudos recentes mostram, os benefícios da atividade física para a nossa saúde, devido à liberação de neurotransmissores que regulam desde a pressão arterial, diminuição da freqüência cardíaca até a região frontal do cérebro que recebe dopamina e serotonina (neurotransmissores responsáveis pela organização da região frontal do cérebro) que ajudam no aumento da concentração, diminuição da inquietude e impulsividade. Atividade física proporciona movimento, oportunidade de falar, de gesticular, enfim de extravasar e produzir neurotransmissores naturalmente, que ajudam a controlar alguns sintomas deste distúrbio que está atemorizando muitas famílias.
Não podemos esquecer que, existem diversos tipos e graus do distúrbio, profissionais especializados devem ser procurados para a melhor orientação. Mas levemos sempre em consideração, a atividade física orientada por um profissional e de agrado do indivíduo pode ajudá-lo a descobrir potencialidades inatas e restringir o uso de medicamentos, fazendo um bem para a sua saúde e também muito bem para o seu bolso. Sendo assim, vamos procurar celebrar uma vida mais ativa e menos dependente possível de medicamentos, pois hábitos saudáveis sempre estarão em alta e seus neurotransmissores estão prontos para serem produzidos. Boa atividade física.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Altas Habilidades e Superdotação

MODELO TRIÁDICO DA SUPERDOTAÇÃO
Envolvimento com a tarefa
Criatividade
Capacidade acima da média
Destaca um conjunto de três traços marcantes, individuais. Posteriormente, neste modelo foram incluídos três marcos sociais: a família, a escola e os companheiros.
Esta é a concepção proposta por Renzulli (1978, 1984, 1994), a partir de estudos com pessoas criativas e produtivas. Os superdotados, segundo ele, seriam aqueles que estivessem na intersecção das três qualidades. Os que apresentam componentes de duas qualidades seriam muito inteligentes e, se de apenas uma, seriam talentosos.
Atribuir-se a Guy H. Wipple a criação do termo superdotado, como uma denominação das crianças com uma capacidade superior a normal (Enciclopédia de Educação Monroe, 1920)
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996 utiliza este termo.

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Motocross

O Motocross é um esporte muito praticado no país. Mas, muitos dos pilotos não tem ainda a consciência de que precisam investir na sua preparação física, tanto quanto, investem na preparação de suas motos. Pois, se as motos estão bem preparadas, o piloto tem que estar ainda mais, pra suportar o desgaste que a moto irá proporcionar na sua condição de condução da moto até o final da bateria. Por isso, muitos poucos conseguem chegar ao podium das competições.
Motocross é um esporte que exige muito da condição física de seus praticantes, sendo assim, procure um profissional capacitado e inicie hoje mesmo um programa de treinamento pra começar a sentir a diferença entre competir e disputar posições. Bom treino.