sexta-feira, 27 de março de 2009

DORES MUSCULARES

As dores musculares ocorrem devido a um excesso de ácido lático, um abaixamento do pH e o aumento da temperatura da epiderme. O tecido muscular torna-se muito ácido, devido ao acúmulo de ácido lático, pirúvico, carbônico e outros produtos metabólicos ácidos. Opiniões mais recentes mantém a tese de que a dor muscular é resultante de micro traumas no tecido conjuntivo, isto é, nas pequenas fibras da estrutura protéica que circunda as fibras musculares.
A literatura define as dores musculares como sendo uma deficiência do músculo (pós atividade física) em manter o seu metabolismo básico frente ao esforço, ou seja, atividade física além da capacidade do músculo.
As dores musculares podem também ocorrer devido ao rompimento da banda Z do tecido muscular, principalmente os movimentos em que estão envolvidas as contrações excêntricas.
Segundo Pini (1983), a causa desta sintomatologia parece estar ligada ao acúmulo de metabólitos celulares, possivelmente da pressão de filetes nervosos sensitivos, responsáveis pela dor. Os locais dos músculos que se apresentam mais dolorosos devem corresponder as fibras musculares que se contraem mais energicamente durante o trabalho realizado.
As dores nusculares apresentam características distintas no seu mecanismo de se estabelecer. Há por isso necessidade de diferenciar a dor muscular produzida durante ou logo após o exercício, daquela considerada tardia, que se instala a partir do dia seguinte à prática desportiva.

sábado, 21 de março de 2009

CRESCIMENTO E APARELHO LOCOMOTOR PASSIVO

A criança, ou o adolescente, quando comparados com o adulto, estão significativamente mais expostos ao risco de danos e lesões causados por meio de estímulos inadequados de treinamento. Isso vale sobretudo durante a fase do estirão, fase essa associada a um risco especialmente alto de sobrecarga no aspecto ortopédico. A esse respeito, deve-se observar que a capacidade de suportar uma carga de exercício pode ser muito diferente em crianças com a mesma idade cronológica ou mesmo biológica.
Como particularidades da infância e adolescência podem ser citadas:
  • Os ossos, devido a um armazenamento relativamente maior de material orgânico mole, são mais flexíveis, mas menos resistentes à pressão e tração, o que leva, em geral, a uma menor resistência do sistema esquelético à carga;
  • O tecido ligamentar, devido à fraca ordenação micelar (as micelas formam estruturas semelhantes a redes de cristais) e à maior proporção de substâncias intercelulares, ainda não é suficientemente resistente à tração (Tittel 1979, p. 125)
  • O tecido cartilaginoso e os discos epifisários que ainda não estão ossificados apresentam uma alta suscetibilidade a lesões quando da ação de forças de pressão e torção,devido à sua alta taxa de multiplicação associada ao crescimento.

sexta-feira, 13 de março de 2009

SINTONIA FINA

O nosso cerebelo, formado por dois hemisférios laterais e um verme, funciona através de intricados circuitos de retroalimentação (feedback), monitorando e coordenando outras áreas do cérebro e da medula espinhal que participam do controle motor. O cerebelo recebe sinais relacionados ao influxo motor proveniente do comando central no córtex. Esse tecido cerebral especializado obtém também informação sensorial dos receptores periféricos existentes nos músculos, nos tendões, nas articulações e na pele, assim como de órgãos terminais visuais, auditivos e vestibulares. O cerebelo funciona como o principal centro de comparação, de avaliação e de integração para os ajustes posturais, a locomoção, a manutenção do equilíbrio, as percepções da velocidade do movimento corporal e outras funções reflexas diversificadas relacionadas ao movimento.
O cerebelo e os glângios basais, compostos principalmente de striatum (estrutura nuclear no telencéfalo) e de pallidum (estrutura nuclear no diencéfalo) representam funções especiais, organizando o padrão motor amplos dos centros de associação espaço-temporal.
O cerebelo é responsável pela programação de movimentos mais rápidos, sem continuidade, ao contrário dos glângios basais, que são responsáveis pelos movimentos mais lentos, contínuos.
Em essência, o cerebelo funciona como o centro de controle motor que proporciona a sintonia fina para todas as formas de atividade muscular.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O CARÁTER FUNDAMENTAL DO TREINAMENTO

Segundo JOCH (2005), o treinamento do talento é um processo de treinamento com caráter fundamental pois forma o fundamento para a aquisição de altos desempenhos futuros. Aos fundamentos são inerentes exigências especialmente elevadas, visando estabilidade, capacidade de carga e solidez. A estabilidade significa, neste contexto, oferecer um repertório seguro e forte de experiências motoras, que representa a base para futuros processos motores de aprendizado e de desempenhos especializados. A capacidade de carga significa que exigências e sobrecargas futuras possam ser toleradas sem lesões, e que não resultem em fadigas corporais ou psicológicas. A solidez, finalmente, significa uma formação completa no processo de treinamento, ao longo do tempo (evitando a aceleração), seja estruturada metódica e corretamente, que minimiza as influências interferentes, escolhe a dosagem de carga certa para a idade, prepara e coloca adequadamente os objetivos de desempenho desejados. O caráter fundamental do treinamento não é o meio ou fim do processo de treinamento, mas um processo em que todas as áreas parciais são importantes e imprescindíveis, porque somente todas juntas possibilitam alcançar o topo. O caráter fundamental demonstra também que há uma estrututra do processo de treinamento, no qual todas as partes são relacionadas convenientemente entre si, e uma parte representa sempre a condição para a próxima.
Finalmente, o caráter fundamental do treinamento aponta para a sistemática construtiva, o planejamento e a progressão do processo de treinamento, todos voltados para o produto final visado, ou seja, um desempenho esportivo o mais alto possível.