segunda-feira, 27 de agosto de 2007

PERDA HÍDRICA NO MOTOCROSS

Em poucos dias já estaremos na primavera e com ela vem o aumento da temperatura. Com isso, devemos nos preocupar com o nosso estado de hidratação nas práticas esportivas, principalmente no motocross.
Sabendo que, no decorrer dos anos que passaram alguns jogadores de futebol americano morreram vítimas do estresse térmico (calor) excessivo durante um treinamento ou competição. Tendo a desidratação um papel importante nestes episódios, devido às reações químicas do metabolismo energético produzem ganhos de calor que podem alcançar níveis consideráveis durante a atividade muscular. E como no futebol americano o motocross também utiliza equipamentos que dificultam o resfriamento corporal.
Sendo o motocross um esporte que é realizado nos horários mais quentes do dia, isso associado com o processo de condução do motor da moto para o piloto, afetam consideravelmente o estado de manutenção da condição física durante a bateria, ocasionando uma perda de performance pela transpiração excessiva que acarreta uma perda de líquido mais séria e um volume plasmático reduzido. Isso causa insuficiência circulatória nos casos mais extremos e a temperatura central sobe até alcançar níveis letais.
No dia 19 de agosto estive na 7a Etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross em Canelinha, Estado de Santa Catarina. E pude fazer uma avaliação da perda hídrica no piloto com quem trabalho. A temperatura na hora da largada era 21o C, bateria que teve inicio as 12h40’. O piloto antes da bateria tinha uma massa corporal de 65,9 Kg e a freqüência cardíaca era de 79 batimentos por minuto (bpm). Ao término da bateria 35’30” depois o piloto apresentou uma massa corporal de 64,3 Kg (uma perda de 1,6 Kg de líquido) e uma freqüência cardíaca média de 123 bpm. Isso demonstra que o piloto está em uma boa condição física, caso contrário o desgaste provocado pela perda hídrica poderia ter prejudicado a pilotagem durante a bateria.
Então, antes de começar uma atividade física nessa primavera, tenha uma preocupação especial com a sua hidratação, hidrate-se durante o dia todo, principalmente no início do dia em jejum, assim a água ultrapassa as barreiras celulares mais rapidamente. Não pense que tomar muita água no fim do dia tem o mesmo efeito e se a urina ficar amarelada você já está desidratado! Assim, a boa hidratação fará você (piloto ou não) ter um bom desempenho na sua atividade física sem grandes preocupações. Boa atividade física!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

ATIVIDADE FÍSICA EM AMBIENTES FRIOS

Em ambientes menos amenos, exercitar-se parece mais difícil, o nosso organismo necessita de vários ajustes para desempenhar tarefas que num ambiente mais quente.
Se usarmos roupas apropriadas à temperatura, a força muscular, a resistência muscular e o desempenho nos exercícios não são afetados. Mas, se a vestimenta não for suficiente, são afetadas tanto a capacidade de desenvolver força muscular quanto a capacidade de realizar movimentos coordenados. Todos que praticam exercícios nas épocas mais frias do ano, já experimentaram os calafrios, esses calafrios geram uma quantidade significativa de calor metabólico e nada mais são que contrações musculares sincrônicas não-controladas, podendo elevar a produção de calor em 4 a 5 vezes em relação aos níveis de repouso.
As roupas utilizadas durante a atividade devem proporcionar isolamento em relação ao frio, a malha das fibras do tecido aprisiona uma camada de ar que, a seguir, torna-se aquecido. Isso estabelece uma barreira para a perda de calor, pois tanto o tecido quanto o ar conduzem precariamente o calor. O isolamento torna-se mais efetivo com uma zona mais espessa de ar aprisionado acima da pele. Por essa razão, várias camadas de uma roupa leve, (com numerosas camadas de ar aprisionado) proporcionam um melhor isolamento que uma única camada volumosa. Pois durante a atividade física, os movimentos corporais rigorosos aumentam a ventilação das camadas de ar para conservar o calor corporal. A camada de roupa contra a pele deve também conduzir efetivamente a umidade para longe da superfície corporal até a próxima camada de roupa isolante para subseqüente evaporação. Um gorro de lã contribui consideravelmente para a conservação do calor, pois cerca de 30 a 40% do calor se dissipam através da região da cabeça altamente vascularizada.
Outro incomodo nas atividades físicas em ambientes frios é ha, irritação na garganta. Isso ocorre por que o ar inalado tem que ser condicionado nas vias respiratórias superiores (passagens oral ∕ nasal, traquéia, brônquio), aí são acrescentados rapidamente tanto calor quanto umidade ao ar que está sendo inalado. O calor e a umidade provêm dos revestimentos mucosos da traquéia. Com essa perda o tecido mucoso torna-se mais ressecado e, por tanto, irritado. Mas isso não será empecilho para você deixar de se exercitar nesses meses de temperaturas mais baixas, pois afinal a sua saúde vale muito mais do que qualquer desconforto passageiro, boa atividade física.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

20 ANOS DE MOUNTAIN BIKE NO BRASIL

Faz 20 anos que esse esporte maravilhoso chegou em nosso território. Na década de 1970 que surgiu o termo mountain bike (MTB), hoje sinônimo de um tipo de bicicleta em quase todo mundo. Os Cupertinos Riders, também conhecidos como Morrow Dirt Club, de Cupertino, Califórnia, colocaram em suas bicicletas alavancas de câmbio no guidão e freios a tambor acionados por manetas de moto para auxiliar a transpor as montanhas de sua região. Em 1974, eles apareceram para uma competição em Marin, a 120 Km de onde moravam, com os primeiros “protótipos” da mountain bike (foram pedalando!).
O MTB ou ciclismo fora de estrada, tem 9 divisões:
Ǿ Cross-Country ou XC
Ǿ Downhill
Ǿ Dual Slalom/4X
Ǿ Biketrial
Ǿ Uphill
Ǿ Trip Trial ou Maratona
Ǿ Cicloturismo
Ǿ Freeride
Ǿ Urban Assault
Por ser um esporte bem próximo do motocross, venho utilizando há algum tempo o Freeride na preparação física de pilotos de motocross. O Freeride é uma tentativa de unir todas as divisões do MTB. Praticado com bicicletas full suspension, mistura à adrenalina da velocidade de um downhill, o esforço físico do cross-country, a exploração do cicloturismo e a habilidade do biketrial. Assim os pilotos pedalam com maior prazer, fazendo um treino bem específico pra sua modalidade e livrando-se da pressão e tensão a que são submetidos durante as baterias, onde tem a oportunidade de apreciar os locais que a natureza nos oferece e pedalar com radicalidade, que eles tanto adoram. Fazendo um treino assim os pilotos nem sentem tamanha carga que lhes é imposta e que seria muito difícil de conseguir numa academia. Então pegue a sua bike e comece a sentir as emoções do MTB agora mesmo, você vai se tornar mais um apaixonado por esse esporte, piloto de motocross ou não, a sensação é indescritível.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Lançamento...

Neste sábado que passou (04 de agosto) o meu mentor Professor Dr. Carlos Mosquera lançou o seu segundo livro intitulado "Cultura Corporal". É uma compilação de seus artigos publicados na sua coluna semanal do Jornal do Estado de Curitiba, relativo a Atividade Física, com artigos que relatam os prazeres da Atividade Física sem um teor muito científico. Para os interessados em uma leitura sobre Atividade Física sem termos complicados e divertida é uma ótima pedida. Parabéns pela publicação Professor, você merece.

ABORDAGEM COGNITIVA (PARTE II)

Nesta semana relatarei os estudos de Torrance, que tem se dedicado ao estudo da criatividade como capacidade intelectual. Torrance (1965) define a criatividade como o processo de se tornar sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências, testar e retestar as hipótese, possivelmente modificando-as, e finalmente comunicando os resultados.
A contribuição de Torrance pode ser considerada uma extensão da contribuição de Guilford, uma vez que ele enfatiza os mesmos traços que Guilford em relação à criatividade, fluência, flexibilidade, originalidade e elaboração. Mas, embora aceite os mesmos traços propostos por Guilford , ele se concentra no estudo da criatividade infantil, na avaliação e desenvolvimento das capacidades de pensamento criativo das crianças.
E isso é, muito importante para nós professores de Educação Física, que nos preocupamos com a criatividade motora dos nossos educandos. Pois uma criança que tenha essa capacidade bem desenvolvida na infância, pode vir a ser um talento no desporto, ou um cidadão com grande desenvoltura nas práticas esportivas de lazer.
Esse pensamento criativo infantil, pode ser observado em várias crianças durante brincadeiras que elas necessitam fazer movimentos sem um modelo estereotipado. Elas começam a criar através dos movimentos naturais, correr, saltar e lançar, nós só precisamos orientar essas crianças e implementar alguns desses movimentos, que ficarão armazenados no seu córtex motor e futuramente estarão prontos para serem resgatados para outras atividades, como por exemplo, um drible desconcertante no futebol, um movimento inusitado na frente do marcador no basquete, um golpe bem aplicado no judô, uma manobra radical num salto de motocross, etc. Enfim, crianças que tem uma grande gama de movimentos na infância tem uma ampla vantagem na criatividade motora sobre crianças menos ativas, e isso explica alguns fenômenos das modalidades esportivas.