segunda-feira, 25 de agosto de 2008

DESENVOLVIMENTO MULTILATERAL

É importante que as crianças desenvolvam várias habilidades fundamentais, que a ajudarão a se tornar bons atletas em geral, antes de começarem a treinar em determinado esporte. Isso se chama desenvolvimento multilateral e é um dos princípios de treinamento mais importante para crianças e jovens.
O desenvolvimento multilateral, ou de habilidades múltiplas, é comum nos países do leste Europeu, onde há escolas de esportes que oferecem programas de treinamento básico. As crianças que as frequentam desenvolvem habilidades fundamentais como correr, saltar, arremessar e apanhar bola, dar cambalhotas e equilibrar-se. Elas se tornam extremamente bem coordenadas e adquirem habilidades fundamentais para o sucesso em muitas modalidades esportivas individuais e coletivas, como atletismo, basquetebol, futebol, etc. A maioria dos programas também inclui a natação, pois ajuda as crianças a desenvolverem a capacidade aeróbica enquanto minimiza as tensões físicas sobre as articulações.
Se encorajarmos as crianças a desenvolverem diversas habilidades, provavelmente serão bem- sucedidas em várias atividades esportivas, e algumas terão vontade e inclinação para se especializarem e desenvolverem ainda mais seus talentos. Quando isso ocorre, precisamos lhes proporcionar a orientação e as oportunidades necessárias. É preciso anos de treinamento para se tornar um atleta de primeira classe, por isso precisamos dar a esses jovens atletas, que buscam a excelência, um planejamento sistemático a longo prazo e baseado em princípios científicos e sólidos.
O objetivo do desenvolvimento multilateral é melhorar a adaptação geral. Crianças e jovens que desenvolvem várias habilidades e aptidão motora estão mais propensos a se adaptarem a cargas de treinamento elevadas, sem experimentar tensões associadas à especilaização precoce, e tem um treinamento mental mais apropriado para os momentos mais delicados do esporte.
Talvez com essa explicação, algumas pessoas possam entender a campanha do Brasil nas Olimpíadas de Pequim!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

VOCABULÁRIO MOTOR

A aprendizagem de novos movimentos no decorrer da vida está ligada à maturação funcional do organismo, de seus órgãos e especialmente à maturação do sistema nervoso central (SNC). A obtenção de novos movimentos está condicionada às experiências de movimentos adquiridas até esse momento. Na aprendizagem motora não há nenhuma nova aquisição absoluta. A bagagem das experiências de movimentos anteriores é conservada por meio da memória das experiências, a chamada "memória dos movimentos", que se enriquece cada vez mais. O repertório de movimentos é um fator determinante, porque cada movimento, por mais novo que seja, é sempre executado com base em velhas combinaçãoes de coordenação.
Um novo aprendizado se faz tanto mais fácil e rapidamente quanto mais se dispõe de uma vasta experiência de movimento e de uma ampla quantidade de habilidades. Em toda técnica esportiva, fixam-se as experiências e o conhecimento do passado, o que determina a aplicação de procedimentos já existentes. É isso que os treinadores de crianças e adolescentes deveriam ter em mente quando procuram imitar o comportamento técnico dos melhores ou as técnicas que consideram ideais. Quanto mais subsídios motor as crianças tiverem, maior será o seu vocabulário motor e com isso, muito mais ela poderá render em qualquer atividade esportiva.
É bom lembrar que a maturação funcional e a experiência de movimento não podem ser consideradas separadamente. Organismo e meio ambiente, estão em permanente efeito recíproco. O organismo e os órgãos, especialmente o cérebro, são "amadurecidos" funcionalmente na atividade, na adequação ativa ao ambiente, isto é, pelos movimentos. Porém, os movimentos são melhores e mais econômicos à medida que a função do cérebro também é melhor, mais diferenciada, mais precisa. A relação entre maturação e formação do movimento se produz no processo da aprendizagem.
O desenvolvimento e a formação do movimento determinados por fins, tarefas e objetivos representam um processo unitário. A aprendizagem motora não se realiza somente com base numa certa maturidade funcional do organismo, ela condiciona e ativa, por sua parte, essa maturação.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

FADIGA NEUROMUSCULAR

A fadiga representa o declínio na capacidade de gerar tensão (força) muscular com a estimulção repetida. Esta definição inclui também alterações perceptivas com maior dificuldade para conseguir um resultado desejado no exercício submáximo ou máximo (caso do futebol). A fadiga das unidades motoras resulta de muitos fatores complexos, cada um dos quais se relaciona às demandas específicas do exercício que a produz. Esses fatores interagem para afetar finalmente a excitação, a contração ou ambas.
As contrações musculares voluntárias exibem quatro componentes principais listados na seguinte ordem de hierarquia no sistema nervoso:
  1. Sistema nervoso central (SNC)
  2. Sistema nervoso periférico (SNP)
  3. Junção neuromuscular
  4. Fibra muscular

A fadiga resulta de uma interrupção na cadeia de eventos entre o SNC e a fibra muscular, seja qual for a razão.

À medida que a função muscular se deteriora durante o exercício submáximo prolongado, o recrutamento adicional de unidades motoras mantém a produção de força necessária para a atividade. No exercício explosivo, que ativa presumilvemente todas as unidades motoras, uma redução na atividade neural (quando medida pelo eletromiograma, ou EMG) acompanha a fadiga. A atividade neural reduzida apóia o argumento de que a fadiga no esforço máximo resulta de uma falha na transmissão neural e mioneural.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

INICIAÇÃO DESPORTIVA UNIVERSAL

Essa é a melhor fase para o aprendizado. É a fase que procura-se desenvolver todas as capacidades motoras e coordenativas de uma forma geral, criando uma base ampla e variada de movimentações que ressaltam o aspecto lúdico. Nesta faixa etária, o ensino-aprendizagem-treinamento deve ser administrado conforme a idade e o nível de experiência motora. A ação do processo de ensino-aprendizagem-treinamento deveria ser voluntária, não atropelando outros possíveis interesses (a criança pratica o esporte que quiser, sem imposições!). Esta fase tem uma duração de 3 a 6 anos. A Iniciação Desportiva Universal (IDU) é uma alternativa pedagógica importante para a faixa etária entre os 4-6 anos aos 11-12 anos. O jogo como elemento didático-pedagógico deverá ser oferecido conforme as características evolutivas da criança, especialmente no que se refere à sua maturidade e evolução coordenativo-cognitiva. A criatividade do professor é necessária para encaminhar as atividades e não podemos esquecer da espontaneidade das crianças que costumam ser grandes ajudantes. Coordenar significa também trabalhar com, junto com e para o colega, desenvolver a coordenação, implica em trabalhar as capacidades que compõem este complexo de forma isolada, e após, em forma combinada. Exemplo: equilíbrio e capacidade de mudança, acoplamento com equilíbrio e pressão de tempo, entre outras infinitas combinações. Somente tendo esta base é que podemos estabelecer na faixa etária dos 10-12 anos o começo da iniciação tática nos esportes.
O treinamento infantil, indiferente se na escola ou em uma equipe, deve ser generalizado e variado, afim de satisfazer a necessidade infantil de movimento, a curiosidade infantil e sua necessidade de variação. Somente assim um treinamento pode despertar a motivação e o entusiasmo infantil. E assim, podemos colher grandes frutos em várias modalidades esportivas, com atletas bem preparados para o alto rendimento.