segunda-feira, 30 de julho de 2007

ABORDAGEM COGNITIVA (PARTE I)

A abordagem cognitiva enfatiza os traços e os estilos cognitivos presentes no indivíduo criativo. Aqui, o que é considerado básico ou essencial para a criatividade são as características cognitivas do indivíduo. Guilford (1967), Torrance (1965), Wallach e Kogan (1965) são alguns dos representantes deste enfoque.
Começarei nesta semana destacando o trabalho de Guilford que pesquisou a respeito das capacidades intelectuais e outros traços que fazem com que certos indivíduos sejam mais criativos do que outros. Ele desenvolveu uma teoria da inteligência, onde distingue diferentes tipos de operações intelectuais. Uma dessas operações, a que ele chamou de produção divergente ou pensamento divergente, seria fundamental para a criatividade (e nós professores somos capacitados para trabalhar com o pensamento convergente, ou seja, aquele que se volta para uma única resposta). Ele se refere às capacidades de gerar variedades de informações a partir de uma dada informação e engloba diferentes fatores como fluência, flexibilidade e elaboração.
Por fluência se entende a facilidade com que o indivíduo utiliza itens de informação a partir de informações pessoais registradas com relação a um problema, estímulo ou demanda. Os três tipos principais de fluência são: ideacional (quantidade de idéias), associativa (produção de variedades de relações) e expressiva (facilidade na construção de sentenças).
Por flexibilidade se entende a falta de fixidez (ou rigidez), e é à base da originalidade, ingenuidade e invenção. Também importante com relação ao indivíduo criativo é a presença de originalidade, a qual é estudada através da produção de respostas inteligentes, incomuns e inusitadas.
A elaboração consiste na facilidade em acrescentar uma variedade de detalhes a uma informação já produzida, tendo o seu papel nas produções criativas que progridem de um tema ou esboço vago até uma estrutura ou sistema organizado.
Todos nós, já nos deparamos com algum indivíduo assim em nossas vidas, pode ser no trabalho, em uma roda de conversa em algum local de descontração, no ônibus, na escola, etc. Essas pessoas têm que ter essa qualidade potencializada ao máximo, através de estímulos das mais variadas formas. Mas os locais de excelência que deveriam fazer estas estimulações (escolas e universidades) não trabalham conforme esta abordagem. Infelizmente.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

TEORIA DO AMBIENTE COMPORTAMENTAL

Urie Bronfenbrenner trabalhou de 1970 a 1990 na teoria do ambiente comportamental. Dando ênfase a fatores do meio ambiente como fatores-chave para o desenvolvimento da criança.
A teoria ecológica de Bronfenbrenner é baseada na premissa de que não é o ambiente comportamental, em si, que prediz o comportamento, mas a interpretação do indivíduo sobre o ambiente, tanto no tempo quanto no espaço. Isto é, o significado ligado ao ambiente e não o ambiente em si é que orienta o comportamento.
Ele dá considerável importância às percepções das atividades, pápeis e relações interpessoais que um indivíduo tem e que são tipicamente demonstradas em um ambiente comportamental. “Atividades” são o que as pessoas estão fazendo. “Papéis” são os comportamentos esperados naquele ambiente para determinada posição na sociedade - pai/mãe, professor, adolescente, treinador, aluno e assim por diante. As “relações interpessoais” são as maneiras pelas quais as pessoas tratam umas às outras, pelo que elas dizem e o que fazem naquele ambiente.
Sendo assim, a cada mudança de ambiente que ocorre em nossas vidas, (principalmente na das crianças quando se deparam com os primeiros anos escolares), é natural que nos fechemos e nos sintamos um pouco inseguros e agressivos, pois estamos entrando em um ambiente desconhecido, mas com o passar do tempo vamos tomando consciência do nosso papel. Entretanto, temos que procurar entender o que o ambiente escolar significa para as crianças, para que possamos dá melhor maneira possível desenvolver as suas totais potencialidades motoras, cognitivas e sociais dentro do ambiente escolar.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ATIVIDADE FÍSICA DESENVOLVIMENTISTA


Esteve no Brasil neste fim de semana 14 e 15 de julho, o renomado pesquisador nas áreas de desenvolvimento motor, aprendizado de habilidades motoras, atividade física e desempenho motor em crianças, David L. Gallahue.
O autor é defensor da abordagem desenvolvimentista à Educação Física que tem como objetivo instruir os indivíduos no uso de seus corpos, de modo que possam executar grande variedade de movimentos fundamentais, eficiente e efetivamente, durante a vida e aplicar essas habilidades básicas a muitas habilidades motoras especializadas às necessidades da vida diária, recreativas ou desportivas e competitivas.
Temos a consciência que existe uma seqüência normal nos processos de crescimento, desenvolvimento e de aprendizagem, isto significa que as crianças necessitam ser orientadas considerando-se estes processos, pois só assim as suas reais necessidades e expectativas serão alcançadas. Desta forma, nós professores de Educação Física temos uma grande parcela de responsabilidade na formação das futuras gerações de atletas, professores e cidadãos de nosso país. Pois, se o nosso trabalho for pautado em uma boa fundamentação teórica teremos muito mais confiança na nossa função como educadores.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O ENIGMA DA SUPERDOTAÇÃO

Muitas perguntas ficam sem respostas quando o assunto é Altas Habilidades/Superdotação. Principalmente para nós, professores que trabalhamos no cotidiano com diversas crianças e adolescentes. Já que pesquisas apontam, que para a identificação de superdotados, a opinião do professor da classe é muito importante.
Desta forma, quem são considerados os portadores de Altas Habilidades/Superdotação?
Alguns relatam que são indivíduos dotados de habilidades relevantes em níveis significativamente acima daqueles das pessoas em geral. Outros (como eu) relatam que o termo superdotação não é uma tarefa fácil de definir. A verdade é que não existe uma definição precisa e aceita universalmente. A definição de superdotados aceita pelo MEC (1995) é a de que são considerados superdotados todos aqueles que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer um dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes visuais, dramáticas e musicais e capacidade psicomotora.
Tendo essa definição como base, observamos que as Altas Habilidades/Superdotação se revela por um conjunto de traços e características, e não apenas pela velocidade do desenvolvimento ou por demonstrações de inteligência.
E o local de maior riqueza para a observação desses conjuntos e traços é a escola. Pois é nela, que o superdotado pode apresentar o melhor ajuste ou o pior desajuste na vida. Sua capacidade superior pode tanto ajudar nos estudos e contribuir para um desempenho excepcional, como o pode levar ao tédio, aborrecimento ou rebeldia capazes de provocar um desempenho insatisfatório.
Pesquisa realizada por Guenther (2003) aponta que 3% a 5% da população seja constituída de superdotados, assim o Brasil teria aproximadamente 6 milhões de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação. E quantos profissionais da educação têm formação para atender essa clientela? Essa pergunta fica sem resposta por enquanto, pois a nossa política de educação agora vem despertando para atender essa população tão importante para o desenvolvimento da nossa nação. Identificar, desde cedo, e compreender o aluno com talentos especiais na escola, representa prevenir problemas futuros de aprendizagem e de ajustamento.

terça-feira, 3 de julho de 2007

MOTOCICLISMO FORA DA ESTRADA

O motociclismo fora da estrada surgiu em meados dos anos 1920, na Inglaterra. O que é hoje conhecido como motocross, era então conhecido como “SCRAMBLING”. A primeira prova ocorreu em 1926 em Lamberley, Surrey no Reino Unido.
No Brasil o motocross passou por fases gloriosas, com grandes eventos e patrocinadores. Em meados de 1985, um patrocinador trouxe dois pilotos norte americanos, Rodney Smith e Kenny Keylon, que com suas pilotagens radicais mudaram completamente a prática do esporte, já que os brasileiros tinham um estilo europeu na tocada da moto.
Hoje a prática desse esporte tem suas subdivisões sendo, motocross, supercross e enduro. O motocross é disputado em circuito fechado com pista de terra ou areia. A pista deverá ter um percurso entre 1,4 quilômetro e 3 quilômetros de comprimento e uma largura entre 6 metros e 10 metros. A pista é composta por obstáculos, rampas, aclives, declives, buracos, costelas (sucessão de rampas de menor tamanho). O Motocross é disputado na forma de bateria, onde uma bateria no Campeonato Brasileiro tem a duração de 30 minutos mais duas voltas na pista. As categorias são compostas pela cilindrada da moto, 450 cc (MX1), 250 cc (MX2), 85 cc e 65 cc.
O supercross, também é disputado em circuito fechado com pista de terra ou areia. A pista também é composta por obstáculos iguais ao motocross, a diferença é no tamanho do percurso, no supercross a pista é menor, não havendo retas longas sem obstáculos, e os obstáculos são mais próximos uns dos outros. As categorias também são compostas pela cilindrada da moto 450 cc (SX1), 250 (SX2), 85 cc e 65 cc. O supercross também é disputa em forma de baterias, onde uma bateria do Campeonato Brasileiro tem a duração de 15 minutos mais uma volta na pista.
O enduro, é disputado em circuito aberto, geralmente começa no centro de uma cidade e se dirige para o interior por trilhas abertas nas matas e estradas de chão. O enduro tem como principal característica à regularidade, ao contrário das outras duas modalidades onde ganha quem andar mais rápido, aqui o piloto tem que fazer tudo conforme a planilha da prova orienta, tendo que acelerar na hora certa e reduzir no tempo certo para passar nos Pontos de Controle (PC) no tempo ideal. Aqui os obstáculos são naturais, riachos, aclives, declives, árvores, etc. Algumas provas de enduro podem durar em algumas horas e outras podem durar dias, dependendo do seu percurso. Exemplos de enduros temos: Paris Dakar, Rally dos Sertões, enduro da Independência.
Essas modalidades esportivas vêm numa crescente em nosso país, quando a uma disputa nacional ou estadual, temos uma grande procura por seus praticantes, que se deslocam centenas de quilômetros para poderem competir no esporte que lhes atrai. Proporcionando verdadeiras batalhas dentro do percurso. Mas são batalhas saudáveis, que fazem com que o seu praticante obtenha todos os benefícios da atividade física no seu organismo. Por serem esportes a motor e radicais, desencadeiam outras sensações indescritíveis no organismo, e isso só praticando para conseguir entender tal efeito. Hoje um grande público prestigia as provas ao vivo e quando não tem essa oportunidade pode assistir pela televisão em canais fechados (infelizmente).
O Brasil hoje conta um piloto no maior campeonato de motocross do mundo, o motocross norte-americano, nosso representante é Antônio Jorge Balbi Jr, campeão brasileiro em várias categorias, Balbi vem se destacando no motocross mundial há dois anos. Outros pilotos que tem respaldo nacional e grande carisma com o público que acompanham esses esportes são, João Paulino da Silva Jr. (Marronzinho) atual Bicampeão Brasileiro da categoria MX1, o paranaense Leandro Nunes Silva (Nando), Campeão Brasileiro da Categoria MX2, Cristopher Castro (Pipo) Bicampeão Brasileiro de Arena Cross (similiar ao Supercross) e o paranaense Jonathan Menegasso grande revelação do motocross MX2 e supercross SX2, nos estados do Paraná e Santa Catarina e a mais nova sensação brasileira Wellington Garcia, atual líder do campeonato nacional nas categorias MX1 e MX2. Wellington corre com uma moto 250cc nas duas categorias. Então, quando tiver oportunidade de assistir uma dessas modalidades ao vivo ou pela televisão, não perca, pois certamente verá um show que estas feras proporcionam e se puder praticar algum dia experimente que não se arrependerá. Eu garanto. Boa corrida.